MENSAGEM PROFERIDA PELO REPRESENTANTE DA REPÚBLICA PARA A REGIÃO AUTÓNOMA DA MADEIRA POR OCASIÃO DA SESSÃO DE ABERTURA DO CONGRESSO QUE COMEMORA OS 100 ANOS DA CHEGADA DAS IRMÃS DA APRESENTAÇÃO DE MARIA À R.A.M.
Começo por agradecer à Comissão Organizadora deste Congresso, na pessoa da sua Presidente, o convite para celebrar convosco os 100 anos desta Instituição ímpar na nossa comunidade, que gerações sucessivas de madeirenses continuam a chamar “o Colégio da Apresentação”.
Nestas breves palavras, permitam-me o reconhecimento público pelo trabalho que, desde 1924, o Colégio da Apresentanção de Maria desempenhou a favor de tantos jovens da nossa terra.
Casa de educação e de valores, foi o berço de inúmeros talentos, de carreiras profissionais de excelência e de percursos brilhantes, mas foi sobretudo o local onde muitos milhares de jovens cresceram e chegaram, num ambiente sadio, à idade adulta. Pela sua formação humanista desenvolvida nesta instituição, puderam potenciar o seu contributo para uma sociedade mais fraterna e solidária.
Este Colégio assumiu-se, de facto, desde a sua fundação, como uma instituição de ensino privado de referência, pautando-se pela obtenção de um elevado nível de preparação dos seus alunos, aos quais a escola transmite a educação e os valores da solidariedade, traços específicos desta Congregação.
Tudo o que têm feito pelos nossos jovens contribui, pois, para termos melhores cidadãos e uma Comunidade mais sólida e mais desenvolvida.
Neste aniversário tão marcante, é justo que vos seja prestado, a todos – religiosas, professores, funcionários, pais e alunos – um sentido agradecimento.
E é igualmente importante destacar a realização deste Congresso Global, com o mérito de celebrar este distinto e de pensar no papel da Educação no futuro, fundamental para a abertura de horizontes, o exercício do pensamento crítico e a afirmação de valores fundamentais. Será sobre estes pilares que as novas gerações poderão desenhar as suas vidas.
É inegável que, hoje, talvez mais do que nunca, se questiona o papel da Escola, da aprendizagem e da própria natureza do conhecimento.
Não podemos ignorar que a apropriação e a perceção do Mundo pelas pessoas, com a omnipresença da tecnologia, muda a cada dia que passa.
Por isso, os desafios são imensos: todos temos consciência de que os conhecimentos mínimos exigíveis para que saibamos orientar-nos nas enormes complexidades dos tempos modernos são muito mais vastos do que outrora.
Nesse processo, não podemos nunca esquecer os nossos valores humanistas, que consituem a base civilizacional da sociedade contemporânea.
É, pois, essencial que as escolas prepararem as nossas crianças e jovens para estes desafios, valorizando a tecnologia para as dimensões científicas, mas sem esquecer a necessidade do seu enquadramento humanista.
A tecnologia deve permitir-nos atingir objetivos civilizacionais de forma mais inclusiva, igualitária e livre, no mundo da economia, do trabalho, da saúde, da segurança social, da justiça, da política, da indústria, da agricultura, entre tantos outros domínios da atividade humana.
Como diz Habermas, o género humano é “desafiado pelas consequências socioculturais não planificadas do progresso técnico, não só a conjurar, mas também a aprender a dominar o seu destino social”.
Ao organizar este Congresso, onde se congrega a participação de um conjunto extenso e prestigiado de especialistas, as Irmãs da Apresentação de Maria estão a prestar mais um notável serviço à nossa Comunidade, porquanto investir nas pessoas é sempre a melhor forma de honrar o passado e construir o amanhã.
Desejo-vos quatro excelentes e profícuos dias de trabalho.
Parabéns a todos.
Funchal,7 de julho de 2025