Intervenção do Representante da República na cerimónia do Dia da Unidade do Aeródromo de Manobra Nº3

INTERVENÇÃO DO REPRESENTANTE DA REPÚBLICA PARA A REGIÃO AUTÓNOMA DA MADEIRA NA CERIMÓNIA DO DIA DA UNIDADE DO AERÓDROMO DE MANOBRA Nº3, NO DIA 2 DE DEZEMBRO DE 2024 

 

Começo por agradecer ao Exmo. Senhor Vice-Chefe de Estado Maior da Força Aérea o convite para estar convosco, e ter a oportunidade de me dirigir a todos os presentes nesta cerimónia comemorativa, que considero de profundo significado.

Porque me permite, uma vez mais, em breves mas sentidas palavras, destacar o papel fundamental que as Forças Armadas têm no nosso País e nesta Região Autónoma.

Com efeito, as Forças Armadas têm cumprido um papel relevantíssimo e insubstituível aqui, na Região Autónoma da Madeira, nomeadamente ao garantir a soberania do território nacional, por terra, ar e mar e na prestação de auxílio perante catástrofes naturais, algo que a nossa sociedade civil jamais esquecerá.

  A população está grata às Forças Armadas porque, através das missões humanitárias que aqui realizaram, souberam não apenas fazer cumprir o seu desígnio constitucional, mas também mostrar que são um elemento essencial de coesão da nossa comunidade.

  A Força Aérea é o ramo mais novo das nossas Forças Armadas, mas não deixa de ser, antes pelo contrário, um exemplo das virtudes militares, materializadas em ações de grande abnegação, sacrifício e coragem.

E a importância da Força Aérea para a Madeira e para o Porto Santo é demais evidente.

Relembro aqui tantas operações de busca e salvamento, missões de defesa da soberania nacional ou ações de controlo das águas territoriais.

Mas relembro também intervenções que, executadas no interesse de tantos cidadãos anónimos, permitiram salvar inúmeras vidas, quer através das evacuações urgentes para hospitais de referência, quer no transporte especializado e seguro de órgãos vitais destinados a cirurgias de transplante.

Com efeito, é também ao apoio da Força Aérea que, diariamente, os porto-santenses podem aceder a todos os recursos, sobretudo na área da saúde, que a Região Autónoma, fruto do desenvolvimento que a Autonomia nos trouxe, pode oferecer; e, no limite, a evacuação para o Continente.

Por tudo isto, há que reconhecê-lo, o papel da Força Aérea é particularmente importante no Porto Santo, ilha ultraperiférica, mas onde nos sentimos seguros, precisamente por sabermos que sempre que necessário ela estará presente.

Olhando o passado, foi graças à Força Aérea que o Porto Santo se constituiu como um ponto estratégico da Defesa Nacional e este magnífico aeroporto, onde agora nos encontramos, se tornou a infraestrutura mais importante no desenvolvimento da ilha.

Nesse sentido, têm V.Exas. dado um contributo inestimável para a coesão da nossa Comunidade e para a coesão nacional, que aqui cumpre evidenciar.

Minhas Senhoras e meus Senhores,

Como a presença de V.Exa., Senhor Vice-Chefe de Estado-Maior, bem demonstra, tem sido evidente a particular atenção que hierarquia das Forças Armadas, nos seus três ramos, vem dedicando a esta Região Autónoma.

Essa preocupação está bem patente na presença constante e no conhecimento profundo que as chefias militares têm destas ilhas, que tem resultado na eficácia com que aqui vêm desenvolvendo as respectivas missões e, sobretudo, no apoio incondicional às populações civis sempre que os recursos militares são necessários, como se tem comprovado em tantos momentos de infortúnio.

Essa prioridade na afetação de meios militares a esta Região Autónoma, até como forma de cumprir o preceito constitucional da continuidade territorial, deve, em minha opinião, ser prosseguida.

E, nesse sentido, mantenho o desejo e a esperança, que há muito venho revelando em intervenções públicas, que neste mesmo aeródromo venha a ter a sua base uma futura esquadrilha de “drones” com que o Estado Português venha a decidir dotar as nossas Forças Armadas.

Como já vi apelidar a um perito em geoestratégia, o Porto Santo é nosso Porta-aviões plantado no meio do Atlântico, ocupando uma centralidade determinante nas atuais circunstâncias sombrias, que nos exigem um cuidado acrescido com a Defesa Nacional.

Seria, por isso, uma localização, que julgo ótima, para daqui se exercer, de forma célere e eficaz, o controlo e vigilância sobre a nossa zona económica exclusiva e a plataforma continental que nos pertence.

Mas seria também uma forma de se trazer mais desenvolvimento e investimento ao Porto Santo, contribuindo para esbater a sua sazonalidade.

É este o pedido que vos deixo e que muito gostaria de poder ver concretizado num próximo aniversário deste Aeródromo de Manobras.

Minhas Senhoras e meus Senhores,

Nestes tempos estranhos, de expectativa e incerteza, olhamos ainda mais para as nossas Forças Armadas como um referencial de segurança e confiança.

Vemos hoje um mundo em aparente desordem, que exige cada vez mais dos regimes democráticos e das organizações internacionais, e onde as Forças Armadas são, e serão, confrontadas com situações de contornos mais complexos.

Mas estou seguro de que as Forças Armadas, pelos valores morais e patrióticos que as enformam, continuarão a constituir, nos tempos atuais, um exemplo para todos nós, no superar das dificuldades que a diferentes níveis se perspetivam no horizonte.

E, muito concretamente, nesta ilha do Porto Santo, primeiro e decisivo passo na gesta da Expansão Marítima e na afirmação de Portugal como Nação universal.

Aqui, onde as Forças Armadas, e a Força Aérea em particular, gozam de um imenso prestígio entre a comunidade, que reconhece o muito que os militares fazem para tornar o isolamento menos duro e a vida quotidiana mais segura.

Eu, como todos os madeirenses e porto-santenses, agradeço muito o vosso esforço e estou-vos profundamente grato.

Termino desejando a todos, em particular aos que servem nesta Unidade, e à Força Aérea em geral, as maiores felicidades e o maior sucesso nas vossas carreiras.

Muito obrigado.