ALOCUÇÃO DO REPRESENTANTE DA REPÚBLICA PARA A REGIÃO AUTÓNOMA DA MADEIRA NA CERIMÓNIA DE RENDIÇÃO DO CARGO DE COMANDANTE ZONA MILITAR, NO DIA 1 DE OUTUBRO DE 2022

Agradeço o vosso convite para aqui estar convosco hoje, nesta tripla comemoração do Dia da Zona Militar da Madeira, do Dia do Regimento de Guarnição Nº 3 e da transição do Comando da Zona Militar da Madeira, e poder dirigir-vos algumas breves, mas sentidas, palavras.

Tenho sempre imenso prazer e honra em estar convosco nestas datas.

Mas hoje o meu sentimento é ainda mais especial.

Porque decidiu Vossa Excelência, Senhor Chefe do Estado Maior do Exército, conceder-me a Medalha de D. Afonso Henriques, medalha de Mérito do Exército, que aqui ostento com orgulho.

Creiam-me V.Exas. que, como antigo oficial do Exército Português e antigo Combatente, bem entendo a honra e a distinção que agora me concedeis.

E que muito agradeço.

Mas da qual não me sinto inteiramente merecedor.

Porque se algo fiz no sentido de apoiar, motivar, promover e ajudar a Instituição Militar, e o Exército em particular, fi-lo sempre porque considero ser esse um papel fundamental de todos os titulares de cargos públicos em Portugal, e do Representante da República na Região Autónoma da Madeira em particular.

Como não me canso de repetir, as nossas Forças Armadas têm neste território uma importância particular e acrescida, prestando um inestimável e reconhecido serviço às populações.

Todos testemunhámos, em especial nos últimos anos, o esforço das Forças Armadas para, por vezes com risco da integridade física das suas mulheres e homens, salvar vidas e bens.

Orgulhamo-nos do papel brilhante que muitos militares do nosso Exército preparados nesta Região, essencialmente madeirenses, desempenharam em países longínquos, em operações internacionais de paz e segurança.

E recordamos o protagonismo assumido por este Regimento de Guarnição nº3, cujo dia também hoje se comemora, no 20 de fevereiro de 2010 e a forma como foram acolhidas, tranquilizadas, tratadas e alimentadas centenas de pessoas que aqui procuraram um porto seguro, e aqui permaneceram até à reposição das condições mínimas de vida e segurança.

Bem nos lembramos, nos terríveis incêndios de 2016, o apoio do Exército nas operações de combate ao fogo e, do novo, o acolhimento que tantas famílias em desespero tiveram no RG3.

E temos bem presente a disponibilidade de meios das Forças Armadas na recente situação pandémica, empenhando-se de forma inexcedível na resolução das inúmeras dificuldades que foram surgindo e assegurando também o transporte aéreo de equipamentos médicos e vacinas.

Como encarregado de executar as medidas decretadas no auge da crise, durante os sucessivos estados de emergência, posso assegurar que o Exército, como todas as Forças Armadas, demonstrou uma enorme determinação e coragem para cumprir com profissionalismo e extrema eficiência as missões que lhe foram então confiadas.

Pelo que sentimos, todos os dias, que as múltiplas atividades dos três ramos das Forças Armadas nesta Região contribuem para uma maior qualidade da nossa Autonomia.

E, pelo cumprimento exemplar das suas funções, tornaram-se credoras, junto da nossa população, de enorme confiança, apreço e gratidão, aumentados e reforçados ao longo dos anos.

E, portanto, Senhor Chefe de Estado Maior do Exército, digo-lhe que o Exército nada tem de me agradecer.

Pelo contrário, sou eu, enquanto Representante da República e como madeirense, que vos agradeço o muito que tendes feito por nós ao longo dos anos. 

Minhas Senhoras e meus Senhores,

Porque também hoje se assinala a transição do comando da Zona Militar da Madeira, é de total justiça que dirija uma saudação particular ao Comandante cessante, Major-General Pedro Sardinha.

Que iniciou a sua Missão em circunstâncias particularmente complexas, num contexto de mudanças organizacionais, sempre sensível.

E que foi surpreendido, como todos nós, pela enorme exigência da crise pandémica da qual ainda mal saímos.

Pude, durante todo este período, apreciar a sua atuação profissional rigorosa e o modo firme, mas sensato, como conseguiu, inclusivamente com sacrifício pessoal, que o Exército cumprisse com brilho a sua Missão sob a intensa pressão de um tempo de emergência sanitária.

E soube, ao longo do período do seu comando, granjear o apreço de todas as instituições da nossa terra, tanto militares como civis.

Agradeço tudo o que fez pela nossa comunidade, e desejo-lhe do fundo do coração os maiores sucessos nos novos desafios para os quais foi convocado.

E quero também apresentar, ao Brigadeiro-General Luís Monsanto, os meus votos de felicidades na sua Missão, assegurando-lhe que pode contar com todo o meu apoio institucional.

Tenho a certeza de que aqui encontrará a mesma realização profissional e pessoal que os seus antecessores.

Termino, felicitando o Comando da Zona Militar da Madeira e o RG3 pela passagem de mais um aniversário.

E desejando a todos os maiores sucessos ao serviço da nossa Pátria.

Viva o Exército Português e as Forças Armadas.

Viva a Região Autonóma da Madeira.

Viva Portugal.