Alocução proferida pelo Representante de República por ocasião da deslocação da Senhora Embaixadora do EUA em Portugal, Randi Charno Levine
Senhora Embaixadora, Excelência
Mr. Jeffrey Levine, and Miss Dana Levine
É, para mim e para a minha mulher, um enorme prazer e uma honra receber hoje Vossa Excelência, e a vossa distinta família, aqui no Palácio de São Lourenço.
Para mim, que sempre fui um admirador dos Estados Unidos da América, poder receber-vos nesta residência Oficial, nesta vossa primeira vinda à Madeira, enche-me de alegria.
Nascido durante a Segunda Guerra Mundial, quando, ontem como hoje, as sombras do totalitarismo, da xenofobia e da desumanidade ameaçavam a Europa, cresci a olhar os Estados Unidos como o farol do Mundo Livre e a pátria do progresso da Humanidade.
Mais tarde, já como magistrado, e sobretudo nos anos que passei no Tribunal Europeu dos Direitos Humanos, em Estrasburgo, sempre vi nos Estados Unidos o exemplo do Estado de Direito Moderno.
Com a sua Democracia centenária.
Com o seu caminho exemplar na conquista nos direitos cívicos e no respeito pelas diferenças, numa sociedade multicultural.
Com um sistema judicial sempre em evolução, em permanente diálogo com a comunidade.
Com o respeito endémico pela liberdade de expressão.
Com o seu contributo fundamental para a consolidação dos regimes democráticos em todo o Mundo.
E tenho muito orgulho na relação privilegiada que os Estados Unidos desde sempre mantêm com Portugal, diretamente e no âmbito da NATO, como dois países cada vez mais unidos pelo Oceano Atlântico.
Seja, portanto, muito bem-vinda, Senhora Embaixadora.
Nesta ilha da Madeira encontrará uma paisagem única, em que a maioria do território é coberto pela floresta Laurissilva, relíquia de tempos pré-históricos e hoje Património da Humanidade classificado e protegido pela UNESCO.
Numa Região Autónoma habitada por uma comunidade vibrante, orgulhosa da sua terra, das suas raízes e da sua Comunidade emigrante espalhada pelo Mundo, desde a Venezuela à África do Sul, da Nova Inglaterra às costas da Califórnia.
E encontrará uma ilha que tem muitos pontos de ligação com o seu país, alguns inesperados, como terá ocasião de descobrir.
Além do Vinho Madeira, sempre presente para celebrar as grandes datas históricas dos Estados Unidos - como a celebração da independência, em 4 de julho de 1776, ou nas tomadas de posse dos Presidentes George Washington ou Barack Obama – há inúmeras situações em que os Estados unidos e a Madeira se encontram.
Como na música: o ukelele, hoje um símbolo musical do Havai e dos Estados Unidos, que nasceu na Madeira como machete ou braguinha, e foi levado para a América por emigrantes madeirenses no final do Século XIX.
No cinema, porque foi na costa sul da Madeira que se filmaram, em 1956, as cenas de caça à baleia do épico “Moby Dick”, recriação do mais celebrado dos romances americanos.
E na literatura, pois foi da Ponta do Sol, por coincidência o meu concelho de nascimento, que emigraram para os Estados Unidos os ascendentes de John do Passos, um dos maiores escritores modernistas americanos.
Desejo-lhe, por tudo isto, a si e à sua família, Senhora Embaixadora, uma excelente estadia entre nós.
E esperamos que regresse muitas vezes.
À Região Autónoma da Madeira.
Aos Estados Unidos da américa.
A Portugal.
Funchal, 15 de agosto de 2022