Alocução do Representante da República para a Região Autónoma da Madeira na Cerimónia de Comemoração do centenário do Farol do Ponta do Pargo, a 5 de Junho de 2022

Alocução do Representante da República para a Região Autónoma da Madeira na Cerimónia de Comemoração do centenário do Farol do Ponta do Pargo, a  5 de Junho de 2022

É para mim um grato prazer estar a comemorar convosco o centenário do Farol da Ponta do Pargo, que, deste local magnífico onde o sul e o norte da Ilha se encontram, protege e orienta todos os navegadores que cruzam o Atlântico e a nossa costa desde o dealbar do século XX, quando os navios eram a única ligação da Madeira e do Porto Santo ao Mundo.

Em boa hora resolveu V.Exa., Senhor Almirante Chefe do Estado Maior da Armada e Autoridade Marítima Nacional, em estreita colaboração com as várias entidades, marcar este aniversário, que celebra a pedra e a luz, mas também o esforço e o sacrifício de tantos homens que, neste e noutros faróis, trabalharam e viveram, tantas vezes longe da família durante semanas, em verdadeiras ilhas dentro da ilha.

Este farol traz-me a memória a primeira visita que aqui fiz, ainda criança, pela mão do meu pai.

Não só por ter sido o meu primeiro farol, mas também por se encontrar num dos locais mais emblemáticos da Região, sendo aliás, um dos mais visitados de todo o Portugal, aqui venho muitas vezes.

Não vos vou falar, nestes breves minutos, da história dos Faróis que começa nessa maravilha do Mundo, o de Alexandria, nem tão pouco da sua importância decisiva para a segurança da navegação.

 

   Mas quem anda no mar sabe que sem faróis a sua vida estaria em risco permanente, pois a navegação transformar-se-ia num perigo constante.

    Sim, todos os que andam no Mar, precisam da ajuda dos nossos Faróis.

         Minhas senhoras e meus senhores,

Como tenho repetido em inúmeras ocasiões, sempre considerei que as Forças Armadas são credoras da maior gratidão e respeito da nossa Comunidade, e é inequívoco que a Marinha ocupa um lugar particular na História e no coração de todos nós.

Fruto da nossa natureza insular, ultraperiférica e arquipelágica, foi a Marinha Portuguesa quem assegurou, ao longo dos anos e em todas as circunstâncias, a defesa destas ilhas, a sua ligação com o Mundo e a comunicação entre os vários espaços insulares que integram a Região Autónoma, e é a Marinha que continua hoje a ajudar a garantir a soberania nacional sobre todo o nosso território, a segurança nos nossos mares e o auxílio às embarcações que cruzam as nossas águas.

E o futuro trará, é hoje claro, ainda mais responsabilidades à nossa Marinha.

Na preservação do meio marinho.

No combate à poluição.

Na proteção do património cultural subaquático.

No tempo da “economia do mar”, e na plena assunção do destino atlântico de Portugal, é preciso reconhecer que sem soberania não há pleno aproveitamento dos recursos marítimos.

É também aqui, neste pequeno território insular que o Atlântico tornou imenso, que a Marinha terá um papel decisivo na defesa desse mesmo valor ao fazer por cumprir todos os dias a sua missão fundamental, de “CONTRIBUIR PARA QUE PORTUGAL USE O MAR”.

Termino agradecendo, porque nunca é demais o reconhecimento, às Forças Armadas, à Autoridade Marítima Nacional e a todos os que prestam serviço nos faróis em particular.

Pelo que foi feito, e pelo que continuarão a fazer em prol da defesa da soberania nacional e da segurança no nosso imenso espaço marítimo, permitindo a esta Região e ao nosso País o pleno aproveitamento do recurso natural que, estou certo, marcará o nosso futuro coletivo – o Mar.

Ponta do Pargo, 5 de junho de 2022