Intervenção do Representante da República na cerimónia do Dia da unidade e rendição do Comandante do Aeródromo de Manobra Nº3, no dia 30 de novembro de 2017

INTERVENÇÃO DO REPRESENTANTE DA REPÚBLICA PARA A REGIÃO AUTÓNOMA DA MADEIRA NA CERIMÓNIA DO DIA DA UNIDADE E RENDIÇÃO DO COMANDANTE DO AERÓDROMO DE MANOBRA Nº3, NO DIA 30 DE NOVEMBRO DE 2017 

Cerimonia

Começo por agradecer ao Exmo. Senhor Chefe de Estado Maior da Força Aérea o convite para estar presente nesta cerimónia, e pronunciar algumas breves palavras.

Partilhar convosco este momento tem para mim, devo dizê-lo, um profundo significado.

Porque me permite, uma vez mais, destacar o papel fundamental que as Forças Armadas têm no nosso País e nesta Região Autónoma.

Desde sempre, as Forças Armadas constituíram um esteio essencial na fundação, consolidação e desenvolvimento da nossa soberania, da nossa identidade nacional, enfim, da nossa Nação, intrinsecamente ligadas à afirmação da Portugalidade.

E as Forças Armadas, pelos valores morais e patrióticos que as enformam, constituem, nos tempos atuais, um exemplo para todos nós no superar das dificuldades que a diferentes níveis se perspetivam no horizonte.

E, em particular, nesta ilha do Porto Santo, primeiro e decisivo passo na gesta da Expansão Marítima e na afirmação de Portugal como Nação universal.

A nossa consabida condição insular, e a distância geográfica que nos separa dos centros de decisão das matérias que ao Estado estão reservadas, comporta, não raras vezes, o risco do desconhecimento e desinteresse pelas necessidades e especificidades regionais.

Mas, felizmente, não tem sido assim em matéria da responsabilidade das Forças Armadas.

Como a presença de V.Exa., Senhor Chefe de Estado-Maior, bem evidencia, a hierarquia das Forças Armadas, nos seus três ramos, vem dedicando a esta Região Autónoma uma particular atenção.

Essa preocupação está bem patente na afetação dos recursos, na eficácia com que vêm desenvolvendo as respectivas missões nestas ilhas e, sobretudo, no apoio incondicional às populações civis em eventos recentes que todos temos presentes.

Tem sido até nesta Região Autónoma que a Instituição Militar vem levando a efeito algumas iniciativas pioneiras, como o recente exercício Zarco 2017, no qual as Forças Armadas se coordenaram com as instituições envolvidas na proteção, defesa e segurança das populações.

Esta foi uma demonstração exemplar do que poderá ser a ação conjugada de todas as nossas energias quando está em causa a defesa nacional em todas as suas vertentes.

A Força Aérea é o ramo mais novo das nossas Forças Armadas, mas não deixa de ser, antes pelo contrário, um exemplo das virtudes militares, materializadas em ações de grande abnegação, sacrifício e coragem.

E a importância da Força Aérea para a Madeira e para o Porto Santo é demais evidente, no desempenho eficiente da sua missão de busca e salvamento, de controlo do nosso espaço aéreo e de vigilância do nosso mar.

 E estou certo de que, no momento de alargar a esta Região Autónoma os meios aéreos de prevenção e combate a incêndios, a Força Aérea cumprirá com o brio de sempre a missão de coordenação que lhe foi recentemente atribuída.

Além de tudo isto, há que reconhecê-lo, o papel da Força Aérea é particularmente importante no Porto Santo.

Olhando o passado, foi graças à Força Aérea que o Porto Santo se constituiu como um ponto estratégico da Defesa Nacional e este magnífico aeroporto, onde agora nos encontramos, se tornou a infra-estrutura mais importante no desenvolvimento da ilha.

E é graças ao apoio da Força Aérea que, todos os dias, os porto-santenses se sentem mais protegidos e próximos de todos os recursos, sobretudo na área da saúde, que a Região Autónoma pode oferecer.

Nesse sentido, a Força Aérea tem dado um contributo inestimável para a coesão da nossa Comunidade e para a proximidade dos nossos territórios.

E eu, como madeirense, estou-vos profundamente grato.

A minha presença permite que me associe a este importante momento de transição do Comando.

Cumprimento e agradeço a quem cessa funções, e desejo a quem agora toma posse, os melhores sucessos nessa missão.

Quero, portanto, dizer ao Senhor Tenente Coronel António Nunes que seja bem-vindo.

Nesta ilha encontrará, como outros antes de si, uma comunidade unida, orgulhosa da sua identidade e da sua História, a quem a distância nunca diminuiu o sentimento nacional; e, mais ainda, reconhecida e grata para com a Força Área pela forma elevada como sabe interpretar a sua complexa missão. Estou seguro que aqui vai conseguir encontrar a realização profissional e a satisfação pessoal.

Deixo para o fim uma referência, que é também pessoal, permitam-me, ao Senhor Comandante Vítor Amaro, que agora cessa a sua comissão de 4 anos neste aeródromo.

V.Exa. neste percurso cumpriu com brio e profissionalismo a importante missão que lhe foi confiada.

Mas foi além do dever.

Conseguiu, mercê de uma conduta pessoal exemplar, integrar-se na vida desta ilha e tornar-se querido desta comunidade.

O seu desempenho honra a Força Aérea e as Forças Armadas, mas distingue também o homem e o militar que sempre enobreceu a sua farda.

A nível institucional, agradeço-lhe, Senhor Comandante, toda a colaboração franca e leal e o apoio que como Representante da República tive o privilégio de usufruir.

A nível pessoal, permita-me, caro Tenente Coronel Vítor Amaro, desejar-lhe as maiores felicidades pessoais e profissionais; que o seu saber, empenho e dedicação possam continuar a ser úteis ao nosso País, onde quer que a sua ação venha a ser solicitada.

Termino desejando a todos, em particular aos que servem nesta Unidade, e à Força Aéra em geral, o maior sucesso nas vossas carreiras e as maiores felicidades.

Muito obrigado.