Intervenção do Representante da República no encerramento da Comemoração da 10.ª Edição do Dia Nacional do Bombeiro Profissional

Intervenção do Representante da República no encerramento da Comemoração da 10.ª Edição do Dia Nacional do Bombeiro Profissional

  

É uma grande honra presidir a esta sessão comemorativa do Dia Nacional do Bombeiro Profissional.

Digo-o com emoção, reforçada pelo lugar em que nos encontramos.

De facto, ao contemplarmos deste local a frente urbana e de serra acima de nós, torna-se inevitável ter presente a ameaça e o flagelo trazidos pelos incêndios do ano passado, fazendo-nos lamentar as vidas e os bens perdidos.

Depois de experiências tristemente marcantes como a do ano passado, é imperioso reconhecer o esforço para atenuar as suas consequências trágicas e lembrar a importância da prevenção de novas tragédias.

Neste momento é hora de homenagear os Bombeiros, instituição que todos aprendemos a acarinhar e respeitar.

Ao longo de décadas, os bombeiros portugueses têm sido sinónimo maior da preservação da floresta portuguesa, bem como da proteção de vidas e bens, função que desempenham com inexcedível dedicação.

Pelo serviço essencial às vidas dos seus concidadãos, constituem um pilar da nossa sociedade, muitas vezes o último reduto de esperança em situações de desespero e aflição.

Com meios que ficam sempre aquém das necessidades, os bombeiros ultrapassam não raras vezes os limites da condição humana, pondo em risco a sua própria vida, no cumprimento da sua nobre missão.

É nosso dever curvarmo-nos sentidamente perante a memória daqueles que, no exercício das suas funções, faleceram e ser solidários com os que sofreram danos físicos ou psíquicos e endereçar às suas famílias um forte abraço de comunhão e apoio.

Se, aqui e ali, podem existir falhas organizativas, todos sabemos que estas não se devem a quem, na primeira linha, acode às populações.

Na verdade, o sistema no qual os bombeiros se integram é muito complexo, por vezes demasiado complexo, razão pela qual devemos ponderar e pensar toda a sua articulação para que a sua atuação seja ainda mais eficiente.

Num país como o nosso, que todos os anos é particularmente fustigado pelos incêndios no período estival, é compreensível que seja justamente nesta altura que os bombeiros captem mais intensamente a nossa atenção.

Mas o combate ao fogo não é a sua única missão.

Há outros teatros operacionais — como cheias e outras situações de emergência — em que a intervenção dos bombeiros é absolutamente fundamental, como bem sabemos.

Mais.

Os bombeiros portugueses têm um relevantíssimo papel social noutros domínios, como o transporte de doentes, o contacto com populações mais isoladas, a promoção da atividade desportiva ou a aproximação das populações aos serviços de saúde.

Em boa verdade, os bombeiros constituem um elemento de ligação entre a sociedade, representando um cimento insubstituível das relações entre as pessoas, sobretudo nas zonas menos povoadas.

Permitam-me que cite Sua Excelência o Presidente da República, Professor Marcelo Rebelo de Sousa, quando diz, e passo a ler, que os bombeiros “criam a solidariedade, constroem a justiça, contribuem para a coesão social”.

Agradecer aos nossos bombeiros significa, por isso, estarmos gratos pela sua prontidão, pelo seu altruísmo, pela sua coragem e pela sua solidariedade.

Vivemos e dormimos com a certeza de que os bombeiros estão vigilantes e imediatamente disponíveis quando deles necessitamos.

Agradecer aos bombeiros portugueses passa igualmente por saber ouvi-los: ouvir as suas reivindicações por melhores condições técnicas e operacionais, com impacto direto nas vidas de todos; escutar as suas necessidades no que toca à condição de “soldado da paz”.

No Dia Nacional do Bombeiro Profissional devemos estar disponíveis para reconhecer que esta é uma carreira profissional, cuja componente de risco e de inteira disponibilidade em prol do próximotem de ser devidamente considerada.

Por isso, agradecer aos bombeiros portugueses é também colaborar com eles, sobretudo ao nível institucional, reconhecendo que estão ao serviço de todos nós.

Ao fazermos sentir aos nossos bombeiros que a sociedade confia neles, procurando ir ao encontro das suas necessidades, estaremos, também desta forma, a agradecer-lhes, permitindo que todos percebam, no final, que é a estruturante dimensão humana da sociedade que aqui está em causa.

Muito obrigado!