Mensagem proferida por ocasião da deslocação à Região Autónoma da Madeira de Sua Excelência o General Chefe de Estado Maior do Exército, General Artur Neves Pina Monteiro, a 13 de fevereiro de 2012.
O Exército Português, aqui simbolizado pela honrosa presença de Vossa Excelência, Senhor Chefe do Estado-Maior, desde a fundação da nossa Nação, inspirou gerações e gerações de Portugueses.
A disciplina, o espírito de camaradagem, o espírito de corpo e de solidariedade que norteiam, contra vento e marés, a ação do Exército, constituem, nos tempos actuais, um exemplo para uma sociedade carente de motivação e inspiração para superar a crise que, em diferentes perspectivas, nos atinge.
Depois da Revolução de Abril e do fim da “Guerra Fria”, o conceito estratégico de defesa nacional foi naturalmente modificado.
Mas a participação de Portugal na NATO e em diversas missões de paz no exterior, bem como as acções de auxílio a nível interno, vieram revelar uma sua outra dimensão que anteriormente dificilmente não se detectava.
É este novo papel do Exército, no contexto da defesa nacional, que foi justamente assinalado por Sua Excelência o Presidente da República nas Cerimónias Militares das Comemorações do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, em Castelo Branco, no ano transato.
Nesse momento, Sua Excelência o Presidente da República destacou o papel das Forças Armadas, salientando, e cito, a (…) importante mais-valia, disponibilizando recursos humanos e capacidades únicas aquando da ocorrência de catástrofes. Uma reserva nacional organizada e flexível que permite apoiar as organizações especificamente orientadas para cada tipo de emergência, prestando, também aqui, serviços de enorme relevância e utilidade para a comunidade nacional.
São um repositório de valores morais e patrióticos essenciais à continuidade da afirmação da nossa identidade.”
Esta importância do Exército associada ao novo conceito estratégico de defesa nacional sentiu-se de forma inelutável recentemente na Região Autónoma da Madeira.
Recordo que em breve terão passado dois anos desde o dia 20 de Fevereiro.
Mas a nossa memória colectiva não esquece esse dia.
Nessa altura, estava no estrangeiro, em Estrasburgo, onde comovidamente acompanhei o drama que se passava na minha querida ilha.
Pelos relatos da comunicação social pude sentir o drama e, simultaneamente, o papel fundamental que o Exército e – permitam-me assinalar, também a Armada e a Força Aérea – tiveram no auxílio e superação da tragédia.
Ainda não refeitos, decorridos seis meses, o Exército não negou o apoio à população durante os incêndios que então sucederam em larga escala nas serras da Região.
Por tudo isto, ao regressar à Região, apercebi-me do sentimento natural de gratidão da nossa população para com o nosso Exército – e, em geral, para com as Forças Armadas, como exemplo de abnegação, sacrifício e coragem.
E, embora seja o Representante da República, nunca esqueço que sou um madeirense, e nesta condição deixo aqui expresso o nosso profundo e sentido obrigado por tudo que têm feito por nós.
Minhas senhoras e meus senhores
As Forças Armadas constituem um pilar essencial da nossa soberania e a elas muito lhe devemos.
Tenho plena consciência disso e procuro, nestas funções, retribuir a enorme disponibilidade e colaboração que, desde a primeira hora, recebi da instituição militar.
Essa colaboração é tanto mais importante quando sabemos que este Palácio é partilhado pelo Representante da República e pelo Comandante Operacional e da Zona Militar da Madeira – o distinto General Tiago de Vasconcelos, o que, de alguma forma, simboliza a aliança entre a defesa da Constituição e a defesa da Pátria, desiderato que é, a final, comum a ambas as instituições.
Senhor Presidente da Assembleia Legislativa, Excelências
Peço-vos que brindem comigo a Sua Excelência o CEME, a quem desejamos os maiores sucessos no mandato que agora inicia, e a todos os militares que se encontram nesta Região.